Maio de 2016

Política inglesa sobre PrEP de pantanas após recuo do SNS

Ativistas, pessoas vulneráveis à infeção pelo VIH e profissionais de saúde demonstraram o seu desagrado no passado mês de abril quando o Serviço Nacional de Saúde inglês recusou avançar com a avaliação de uma primeira proposta de regulamentação sobre a profilaxia pré-exposição (PrEP).

Os gestores sénior do SNS inglês anunciaram no passado dia 21 de março que não deveriam ter sequer considerado avançar com um programa de PrEP, visto os serviços de prevenção da infeção pelo VIH serem da responsabilidade dos municípios. Argumentaram com a possibilidade de, caso financiassem a PrEP, existir o risco de os defensores de outros métodos de prevenção que não recebem financiamento avançassem com medidas legais.

Porém, a decisão do SNS foi recebida com um recurso apresentado pelo National AIDS Trust (NAT). O NAT argumenta que a incompetência demonstrada pelo SNS inglês, ao permitir que um comité trabalhasse ao longo de 18 meses numa recomendação de um programa de PrEP,  para depois o abortar no último momento, não transmite confiança na legalidade da decisão.

“É impressionante que estas preocupações legais só tenham surgido à hora última, após meses de trabalho”, comentou Yusef Azad do NAT.

A Local Government Association desafiou para a possibilidade de serem as autoridades locais, que têm problemas financeiros, a pagar os antirretrovirais usados para a PrEP. “A declaração do SNS é uma leitura seletiva e insustentável [da lei] e uma tentativa de criar mais despesas para as autoridades locais, sem que exista qualquer financiamento”, afirmou um porta voz.

O SNS inglês ofereceu 1 milhão de libras por ano durante dois anos para determinar a viabilidade dos “projetos-pilotos” geridos por autarquias, ao invés de se seguir a recomendação do comité para se disponibilizar 16 a 24 milhões de libras por ano ao longo dos primeiros cinco anos de um programa completo de PrEP. Os investigadores e ativistas na área da PrEP e do VIH afirmaram que esta oferta era desnecessária – pois o estudo PROUD já demonstrou que a disponibilização da PrEP em clínicas de saúde sexual é uma opção exequível e eficaz – e inadequada, visto visar tratar apenas 500 pessoas ao invés das 6000 pessoas por ano que o comité da PrEP afirma ser necessário.

A decisão foi recebida de forma negativa por todos, desde ativistas gay a políticos, e a contestação ativa da decisão tem envolvido desde a apresentação de questões no Parlamento à organização de protestos nas ruas. À data do lançamento deste boletim, as notícias mais recentes indicavam que o SNS inglês se tinha disponibilizado para reunir com o NAT com o objetivo de discutir o recurso apresentado por estes, e também que haverá uma reunião no final de maio para debater como se poderá alterar o processo de financiamento de novos tratamentos e indicações à luz desta situação.

Comentário: A história do VIH tem demonstrado que intervenções importantes, consideradas como sendo desadequadas ou impossíveis pelos órgãos governamentais – tal como a disponibilização de tratamento antirretroviral em países de baixos rendimentos – tiveram de ser reivindicadas por coligações de ativistas comunitários, cientistas e políticos. A PrEP é o caso mais recente. A sua oposição é particularmente forte, pois esta profilaxia vem desafiar ideias sobre aquilo em que consiste sexo mais seguro e levanta receios – não fundamentados na evidência científica – de que esta irá causar elevados níveis de infeções pelo VIH e infeções sexualmente transmissíveis entre homens gay e outras populações afetadas, ao invés de constituir parte da resposta a estas situações.

Declínio da função renal em pessoas sob Truvada® como PrEP vem reforçar necessidade de monitorização

As pessoas mais velhas a tomar Truvada® como PrEP e que participaram em dois estudos de grandes dimensões tiveram algum declínio na sua função renal.

No estudo iPrEx, as pessoas com mais de 40 anos tinham uma maior probabilidade de sofrer um declínio na função renal e este facto estava associado à quantidade de PrEP que tomavam. A proporção de participantes com uma redução clinicamente significativa da função renal aumentou de 6%, se tomassem cerca de duas doses por semana, para 24% se tomassem entre 6 a 7 doses. Em pessoas com menos de 40 anos, esta proporção nunca passou de 5%, mesmo entre os participantes que tomavam sete doses por semana.

Um outro estudo, o US Demo Project, observou uma redução semelhante entre as pessoas mais velhas, mas apenas se tivessem iniciado a profilaxia com uma função renal abaixo da média.

Em conjunto, estas conclusões indicam que embora o Truvada® como PrEP seja seguro para a maioria das pessoas, a monitorização contínua da função renal é importante para detetar atempadamente quaisquer problemas que possam ocorrer, sobretudo entre pessoas com mais de 40 anos.

Comentário: Os estudos anteriores encontraram taxas não significativas de problemas renais em pessoas sob PrEP, mas as conclusões que apontam para taxas consideravelmente mais elevadas em pessoas com mais de 40 anos são motivo de preocupação. Tal não significa que as pessoas mais velhas não devam tomar PrEP, uma vez que as taxas reportadas só causariam efeitos graves num reduzido número de pessoas, mas significa que as pessoas com mais de 40 anos devem ser monitorizadas.

Injeção de PrEP de ação prolongada é tolerável entre voluntários do sexo masculino, mas necessita de ajustes de dose

Foram divulgados os resultados de um estudo que procurava determinar a dose adequada de uma formulação injetável e de longa ação do medicamento antirretroviral cabotegravir para ser usada como PrEP.

Após terem tomado diariamente um comprimido de cabotegravir por via oral ao longo de um mês – para excluir os efeitos secundários – os participantes receberam três doses, uma a cada doze semanas, de cabotegravir injetável. Estas doses foram administradas em duas injeções de 2 ml, uma em cada nádega.

Existiram algumas conclusões inesperadas. Em primeiro lugar, a taxa de absorção do medicamento no organismo foi mais rápida que o esperado, o que significa que será provavelmente necessário administrar uma injeção a cada oito semanas, ao invés das doze como inicialmente esperado.

Em segundo lugar, a duração e gravidade da dor e de outros efeitos das injeções foram maiores do que o esperado. No entanto, foram poucas as pessoas que abandonaram o estudo por este motivo, e três quartos dos participantes afirmaram que, caso esta fosse disponibilizada, gostariam de continuar a tomar cabotegravir injetável como PrEP. Na verdade, foram mais as pessoas que afirmaram preferir uma injeção a cada 12 semanas ao comprimido diário do que o oposto.

Comentário: O facto de os homens que participaram neste estudo estarem disponíveis para tolerar aquilo que para alguns era um desconforto significativo, de forma a estarem protegidos da infeção pelo VIH ao longo de dois ou três meses, salienta o carácter atrativo de uma PrEP de ação direta como uma medida de prevenção da infeção entre homens gay. Trata-se de um contraste interessante com as visões menos positivas expressas no estudo de microbicidas retais (ver notícia seguinte). Está a decorrer um ensaio paralelo com mulheres e, quando este estiver concluído, será tomada uma decisão final sobre se a versão injetável do cabotegravir como PrEP irá avançar para um ensaio de eficácia.

Microbicida retal em gel quando “pedido” com razoável aceitação – mas versão diária tem menos sucesso

Os resultados de um estudo que usou um gel com o antirretroviral tenofovir como microbicida retal (usado diariamente ou somente quando se é recetor em relações sexuais anais), ao invés de se tomar um comprimido de Truvada®, concluiu que a taxa de efeitos secundários de qualquer grau de severidade era exatamente a mesma que a da toma de PrEP oral diária, e ligeiramente inferior se aplicada ocasionalmente.

Uma adesão de pelo menos 80% foi atingida por 94% dos participantes que tomavam PrEP oral e por 93% das pessoas que usaram o gel antes e depois das relações sexuais, mas por apenas 83% das pessoas que usavam o gel diariamente.

Os participantes avaliaram o gel como sendo quase tão fácil de usar como a PrEP oral e afirmaram estar dispostos a usar o gel novamente durante as relações sexuais. Contudo, se lhes fosse dado a escolher entre o gel e o comprimido como métodos de PrEP, a maioria dos participantes escolheria o comprimido.

De qualquer modo, os investigadores consideram que a ausência de toxicidade e a relativa facilidade de utilização do microbicida em gel justificam que se avance com um estudo de eficácia.

Comentário: O microbicida retal obteve uma avaliação na subcategoria “Facilidade de uso” estatisticamente equivalente à avaliação obtida pela PrEP oral, desde que a utilização do primeiro fosse antes e depois das relações sexuais. Porém, os níveis de satisfação geral foram significativamente mais baixos. O microbicida de uso diário obteve um resultado mais baixo em todas as categorias de satisfação. Uma vez que o uso diário não demonstrou ser popular entre mulheres e homens gay, este será provavelmente o último estudo que testa a possível exequibilidade de um microbicida de uso diário, independentemente do sexo.

Dois terços dos homens gay nos E.U.A. já ouviram falar da PrEP, mas apenas 1 em 20 a tomam

Inquéritos conduzidos a homens gay estado-unidenses indicam que a proporção daqueles que já ouviram falar da PrEP subiu de 45% em 2012 para 68% em 2015, estando cerca de metade destes dispostos a considerar a sua toma. A toma real é de 5%, um valor muito inferior. Porém, o valor é superior em algumas cidades com maiores populações de homens gay e com elevada prevalência da infeção pelo VIH: 12% em Nova Iorque, 16% em Washington DC e 17% em São Francisco.

Os valores sobre o conhecimento da PrEP, disponibilidade para a tomar e toma real têm aumentado a cada inquérito. Em 2012, 45% conheciam a PrEP, 39% considerariam tomá-la e 0,5% já a tinham usado (nós últimos 12 meses).

Comentário: Não é tão importante conseguir com que muitos homens gay tomem PrEP; a dificuldade está em fazer com que esta seja tomada pelos homens gay que dela precisam – aqueles que se encontram em situação de maior vulnerabilidade à infeção pelo VIH (e de transmiti-la caso contraiam a infeção). Por isso, embora uma cobertura superior a 5% fosse bem-vinda, é provavelmente mais significativo que um em cada seis homens em Washington DC e São Francisco estejam a tomá-la. O atual desafio consiste em conseguir que esta seja tomada pelos homens que mais necessitam: os homens gay negros, principalmente nos estados do sul.

Muitos fatores associados a frequência irregular nas clínicas de VIH em Londres

De acordo com um estudo recente no Reino Unido, as pessoas que vivem com VIH e que faltam às consultas têm uma maior probabilidade de ter problemas económicos, de cuidarem de crianças e de terem um historial de depressão. Uma má assiduidade é mais comum entre mulheres, pessoas mais jovens, pessoas com menor educação formal, pessoas com problemas de memória e concentração e pessoas que usam drogas recreativas.

A evidência de que as diferenças na forma como os serviços são disponibilizados afetam o envolvimento com os cuidados de saúde é reduzida – algo que provavelmente reflete os cuidados de saúde, geralmente de elevada qualidade, disponibilizados pelos médicos infeciologistas nas clínicas do Reino Unido.

O inquérito sobre fatores sociais e experiência nos cuidados de saúde foi preenchido por quase 1000 pessoas que frequentam as sete clínicas de VIH em Londres: 550 eram utentes regulares, 269 eram utentes irregulares (tinham faltado a pelo menos uma consulta) e 164 foram classificados como não frequentadores (não estavam envolvidos com os cuidados de saúde há pelo menos um ano).

34% dos utentes irregulares e 41% dos não frequentadores tinham filhos, sendo o valor de 27% entre os utentes regulares. Não ter sempre dinheiro suficiente para necessidades básicas foi um problema bastante comum para os utentes regulares (51%), mas ainda maior para os utentes irregulares (65%) e para os não frequentadores (66%).

Por fim, embora um quarto dos participantes tivesse sido diagnosticado nos últimos cinco anos, metade tinham obtido o diagnóstico há mais de dez – algo que também estava associado a um menor envolvimento com os cuidados de saúde.

Comentário: Existem poucas surpresas nestes dados para além de uma ligeira associação entre um mau envolvimento com os cuidados de saúde e o número de anos com que se vive com o diagnóstico de infeção pelo VIH. Tal pode dever-se à “fadiga hospitalar” ou com os efeitos do envelhecimento. Caso contrário, salienta o facto de, para melhor apoiarem a saúde dos doentes, as clínicas terem de fazer um maior esforço para atenderem três grupos: mulheres, pessoas com baixos rendimentos e pessoas com problemas de saúde mental.

Divulgar o teste do VIH em sites de encontros aumenta a taxa de rastreio

Um estudo concluiu que uma simples intervenção de divulgação online, na qual um educador de saúde conversava e respondia por chat a perguntas sobre o rastreio da infeção pelo VIH em sites de encontros dirigidos a homens gay, aumentou significativamente a taxa de rastreio.

Existiam até ao momento poucos dados que indicassem se este tipo de intervenção era ou não eficaz. Este é o primeiro ensaio randomizado. A intervenção envolveu um educador de saúde presente nas salas de chat dos sites Adam4Adam, BlackGayChat, Craigslist e Gay.com.

Em cada um dos sites, o educador de saúde criou um perfil e publicitou a sua disponibilidade para responder a questões sobre locais de rastreio da infeção pelo VIH, incluindo oportunidades de rastreio em bares e outros espaços comunitários. Também podia responder a questões sobre o risco de transmissão e sintomas de infeção. Os homens que utilizam estes sites poderiam iniciar a conversa enviando uma mensagem privada.

O estudo foi conduzido em quatro comunidades dos Estados Unidos da América situadas a mais de 200 milhas umas das outras. A intervenção foi disponibilizada em duas das comunidades, não existindo a mesma oferta nas outras duas.

Após a intervenção, 64% daqueles que se encontravam em comunidades que receberam a intervenção tinham feito o teste de rastreio no último ano, ao passo que apenas 42% das pessoas das comunidades de controlo tinham feito o mesmo. Após o ajustamento dos fatores de conflito, as pessoas nas comunidades que receberam a intervenção tinham uma probabilidade três vezes superior de já ter feito o teste de rastreio.

Comentário: Este é um resultado encorajador e incomum em intervenções deste tipo. Poderá refletir as capacidades e formação dos educadores de saúde ou o facto de os sites escolhidos estarem a associados a uma atitude sexualmente positiva ao invés de a informação sobre saúde.

Outras notícias recentes

“Novo tenofovir” em PrEP protege símios, mas níveis em humanos podem ser demasiado baixos

Uma investigação científica sugere que o uso da nova versão de tenofovir, o tenofovir alafenamida (TAF) como PrEP, poderá potencialmente evitar os efeitos secundários observados na versão atualmente usada, o tenofovir disoproxil fumarate (TDF), tais como problemas de rins e perda mineral óssea. Mas ainda não se sabe se será igualmente eficaz, dado ser distribuído de forma diferente no corpo. Embora tenha protegido os símios num estudo, num outro estudo conduzido com humanos os níveis de TAF nos tecidos retais e vaginais eram inferiores a um décimo dos níveis de TDF.

Sabemos pouco sobre prevenção e tratamento para pessoas transgénero

Na primeira discussão plenária sobre a população trans na Conferência sobre Retrovírus e Infeções Oportunistas (CROI), os delegados da conferência ouviram que as mulheres transgénero encontram-se entre aquelas com as mais elevadas taxas de incidência da infeção pelo VIH, mas sabe-se pouco sobre a prevalência da infeção entre homens trans. Afirmou-se também que as mulheres transgénero têm uma prevalência de infeção pelo VIH de 19% - 49 vezes superior à da população em geral.

Mulheres africanas em Londres com fraca adesão a antirretrovirais desejam interromper tratamento

Um estudo qualitativo conduzido com mulheres da África Ocidental a viver em Londres e que têm dificuldade em aderir ao tratamento antirretroviral, concluiu que muitas consideram o tratamento como uma “sentença para o resto da vida” da qual desejariam escapar. Mas as mesmas mulheres relataram uma melhoria dos seus sentimentos em relação à medicação, tendo falado sobre os fatores que as ajudaram a melhor a adesão.

Preocupações com a privacidade limitam o alcance de mensagens sobre saúde sexual nas redes sociais

De acordo com a avaliação do It Starts with Me, um programa que teve início em 2013 dirigido a homens gay e pessoas africanas a viver em Inglaterra, e que disseminava mensagens que promoviam o rastreio da infeção pelo VIH e o uso de preservativo, a forma como as pessoas evitam revelar algo sobre os seus comportamentos sexuais ou estatuto serológico para o VIH nas redes sociais, põe um limite no potencial das campanhas online. A campanha encoraja os utilizadores a partilharem, gostarem e comentarem os posts no Facebook, mas os entrevistados admitiram estar preocupados com a forma como o envolvimento com conteúdos sobre saúde sexual seria percecionado por outras pessoas.

Escolhas do editor de outras fontes

Este comprimido previne o VIH – mas é tratado como uma droga ilícita

Fonte: Vocativ

“Adam”, um homem de 38 anos a viver na Alemanha, começou recentemente a importar medicamentos de forma ilegal. Graças a um estranho que conheceu no Facebook, conseguiu encontrar um distribuidor internacional online desde medicamento a partir da India. Utilizou um serviço de reencaminhamento para encaminhar a encomenda pelo Reino Unido, de forma a parecer menos suspeito, sendo posteriormente enviada para a sua morada na Alemanha. O Adam, que pede que utilizemos um pseudónimo para proteger a sua identidade, teve o cuidado de não encomendar mais de 90 comprimidos de cada vez – o suficiente para não levantar suspeitas. Embora isto possa parecer uma história de tráfico de narcóticos, está longe de o ser. O Adam está a encomendar comprimidos que previnem uma infeção: o VIH.

Os eticistas afetam a investigação na área da prevenção do VIH?

Fonte: Reuters

Os peritos sugerem que os painéis de ética podem afetar os esforços de prevenção da infeção pelo VIH ao exigir que os adolescentes homossexuais e bissexuais obtenham o consentimento dos seus pais antes de participarem numa investigação. O receio de se assumirem aos pais como gay ou bissexuais poderá impedir que os jovens peçam permissão para participar em estudos de prevenção da infeção pelo VIH. Mas afastá-los deste tipo de estudos irá provavelmente resultar em grandes falhas em termos de conhecimento científico.

Proposta inicial da Declaração Política de 2016 divulgada antes da Reunião de Alto Nível sobre o Fim da SIDA

Fonte: UNAIDS

Os co facilitadores da Assembleia Geral de Alto Nível sobre o Fim da SIDA nas Nações Unidas divulgaram o rascunho inicial da Political Declaration: on the Fast-Track to end AIDS in the age of sustainable develpment de 2016.

O rascunho reflete as conquistas alcançadas até ao momento em termos de resposta à SIDA. Também define uma agenda clara para dar prioridade à resposta até ao ano de 2020 e aponta o caminho para pôr fim à epidemia da SIDA como ameaça de saúde pública até 2030.

Um simples pedido em 2016: o objetivo de tratamento universal para o VIH da ONU

Fonte: i-Base

Foi lançado na passada semana o rascunho da Declaração Política de 2016 sobre VIH/SIDA, havendo poucos dias para apresentar comentários. O rascunho inicial, como é chamado, tal como as anteriores declarações produzidas a cada cinco anos, é uma lista de observações, comentários e objetivos. Mas o uso da Declaração da ONU como plataforma de direitos humanos é algo que se tem distanciado dos avanços científicos e médicos na área do VIH nos últimos cinco anos. Grande parte do documento apresentado poderia ter sido escrita em qualquer altura da epidemia e a maioria poderia ter sido escrita em 2011. Existe apenas uma referência às grandes alterações observadas nas orientações da OMS em 2015 e apenas duas referências à PrEP.